Serviços Financeiros em Foco
1 – Banco Central assina acordo para estimular educação financeira
O Banco Central (BC), a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) assinaram acordo de cooperação técnica. O acordo tem como objetivo estimular ações coordenadas na área de cidadania financeira, inclusão e proteção aos usuários de produtos e serviços financeiros. Os consumidores terão acesso a palestras e a cursos de educação financeira para aprenderem a gerir melhor o próprio dinheiro.
Pelo acordo, que tem duração de dois anos, o BC divulgará conteúdos de educação financeira na plataforma digital Cidadania Financeira. O órgão também promoverá ações de capacitação e treinamento. O SPC Brasil compartilhará o conteúdo produzido pelo BC em seus canais, como o site Meu Bolso Feliz e o aplicativo SPC Consumidor. A entidade repassará pesquisas à autoridade monetária.
Segundo o diretor de Relações Institucionais e Cidadania do BC, Isaac Sidney Ferreira, a bancarização (acesso a serviços bancários) cresceu 3,3% nos últimos dez anos. Ele, no entanto, disse que grande parte da população usa mal o crédito e se endivida além do necessário. De acordo com o diretor, a melhoria da gestão poderá refletir-se na redução do spread bancário.
De acordo com a CNDL e o SPC, em janeiro, 22% dos brasileiros tiveram crédito negado ao tentar parcelar uma compra ou contratar serviços a prazo. Para 36% deles, faltaram comprovação ou suficiência de renda. Um em cada três teve restrições ao CPF devido à inadimplência.
2 – O CMN aprovou resolução que permite a atuação de fintechs a concederem crédito sem a necessidade de intermediação.
O Conselho Monetário Nacional ( CMN) apresentou duas resoluções regulamentando o funcionamento das empresas de tecnologia financeira que atuam no mercado de crédito, as “fintechs” de crédito.
O Banco Central afirma que a regulação confere maior segurança jurídica à atuação dessas empresas. Além de criar condições para redução do custo de crédito. Com as novas regras, elas poderão eliminar um intermediário da cadeia e, assim, reduzir custos. Com isso, a expectativa das empresas e do Banco Central é que as fintechs possam aumentar a competição na oferta de crédito, o que abriria a possibilidade de redução das taxas de juros por meio da maior concorrência.
A norma criou duas opções de atuação para as “fintechs” de crédito:
- as sociedades de empréstimos entre pessoas – SEP
- e as sociedades de crédito direto – SCD.
Na primeira modalidade, poderão atuar “fintechs” que ligam investidores a empresas. Com o sinal verde do CMN, poderão ser criados “supermercados de crédito”. Plataformas digitais em que investidores e tomadores de empréstimos poderão negociar taxas em operações diretas.
Nas sociedades de crédito direto, atuarão “fintechs” que emprestam recursos captados por meio de fundos de investimento. O diferencial será a eliminação do banco como intermediário. Elas poderão atuar ainda em segmentos antes restritos a instituições financeiras tradicionais, como análise de crédito e seguros.
Para serem enquadradas como instituições financeiras, as “fintechs” terão que obedecer a requisitos operacionais e prudenciais proporcionais. A regulação existente discrimina as empresas em cinco categorias, de acordo com a complexidade dos negócios e de seu tamanho.
http://www.valor.com.br/financas/5486911/com-regulacao-de-fintech-bc-quer-reduzir-custo